Após 20 anos morando no mesmo apartamento, o engenheiro civil Ronan Abreu Reis decidiu que era hora de reformar o imóvel. Mas, para além da necessidade de adequações no lar, a situação do mercado foi determinante. É que a mão de obra está mais barata, devido ao desemprego na construção civil, e o preço do material de construção, que segue estagnado. “Consegui reduzir em 10% os custos de mão de obra. Em relação aos materiais, encontrei promoções e facilidade no pagamento. Por um porcelanato, por exemplo, que custava R$ 100 o m², paguei R$ 70. Além de parcelamento em 10 vezes no cartão de crédito”, conta. O construtor Cláudio Paiva Ferreira atua no mercado de construção e venda de imóveis há sete anos. Devido o cenário atual, ele manterá a meta de construir entre oito e dez casas de médio padrão por ano. “Não houve aumento nos preços dos materiais, que estão estagnados. A expectativa agora é de que haja queda nos valores para podermos vender o imóvel com preço baixo também”, comemora. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o custo nacional da construção, por m², fechou, em janeiro, em R$ 915,22; e, em fevereiro, em R$ 916,85. Outro dado que ilustra o cenário favorável é o Custo Unitário Básico (CUB), do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO), que apontou uma variação de 4,52% no mês de julho no custo mensal da construção civil do Estado. Em junho, o índice era de 0,20%. Já o valor acumulado no ano é de 5,60% e de 6,45% no último ano. O gerente de pesquisas do IMB/Segplan, Marcelo Eurico de Sousa, explica que a variação só foi maior em julho devido ao reajuste no valor da mão de obra. Ele explica que, em meses de chuvas, os custos diminuem e, na seca, voltam a se elevar. Porém, o cenário é atípico para este ano, onde não se observa elevação nos preços. “Devido à crise econômica, a demanda está menor. As lojas têm feito promoções e os preços não têm aumentado como nos anos anteriores.”
O diretor comercial da Irmãos Soares, Divino Eterno de Morais, afirma que os preços estão estagnados devido ao fato de a indústria apresentar valores competitivos e pacotes promocionais. Segundo Divino, a empresa tem feito ainda campanhas para atrair o cliente. “A empresa prefere vender mais do que aumentar os preços e, consequentemente, diminuir as vendas. O que nos garante, mesmo com a crise, um crescimento de 15% no ano”, frisa. Rafael Sebba, diretor comercial da empresa que leva seu nome, também afirma que os fornecedores têm mantido o preço baixo. “O mercado está retraído, o que nos faz segurar o preço, elaborar campanhas promocionais e utilizar técnicas para atrair o consumidor.” O preço da mão de obra também é atrativo para quem quer construir ou reformar o imóvel. Pedreiro há 25 anos, Ailton Silva dos Santos, 46, conta que sua diária custava R$ 150 até meados do ano passado. Hoje, está trabalhando por R$ 90. “Não estamos encontrando serviço, por isso a redução no valor da diária. É preciso se reinventar para ficar no mercado, manter o mesmo valor é impossível agora”, diz o pedreiro. (Fonte: O Popular)
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